terça-feira, 6 de outubro de 2009

Ela tinha uma vontade enorme de saber o fundamento das coisas. Mas ela sempre soube que isso era bem improvável de se descobrir... E insistentemente ela foi ao fundo de algumas questões que nunca saíram de sua mente e coração. E ainda assim ficou sem explicação. Deve ser porque o fundo não existe. Quando mais se pensa estar no fundo, no ápice de seu entendimento, se descobre que ainda tem muita coisa para ser descoberta. E ao invés de instigá-la... isto a deixou muito cansada. E depois de tanto procurar em livros, pessoas, internet... resolveu dormir e buscar em seus sonhos.

"Ultimamente tenho tido sonhos brancos. Tudo é branco: as pessoas, as paredes, os carros, o céu. Mas não um branco de paz ou um branco de tranqüilidade. É um branco perturbador porque é tudo branco quando sei que as cores existem. E apenas meus olhos não conseguem enxergar. Então, começo a procurar por tintas e ninguém me entende porque eles conseguem ver tudo colorido. Chega um momento em que aparece uma pessoa que nunca tinha visto antes. E ela sim, me entrega as tintas e passamos a ser coloridos. E surgem todos os seres mais coloridos do universo: borboletas, estrelas, anéis de Saturno, peixes, pássaros, libélulas, florestas tropicais. E a gente toca um o rosto do outro e tudo começa a brilhar como se as cores se tornassem repletas de purpurina dourada, com cheiro de flores e alecrim. E esse aroma passa a entrar em nossas narinas lavando todo o nosso interior, como se nos purificássemos da sujeira do mundo. E de repente, só nos existimos coloridos."

2 comentários:

  1. mas as cores não existem mesmo, não se preocupe com "as impurezas do branco"... que bom que você escreve. Farei visitas

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