terça-feira, 6 de outubro de 2009

Desde que disseram que suas mãos cresciam e se tornavam ásperas parou com as simulações e tentou esquecer as delícias e os prazeres que elas lhe davam. Disse sua mãe que tudo era conseqüência do que fazia escondido, ou ao menos, achava que era escondido, mas todos percebiam por conta do tamanho e aspereza de suas mãos. Preocupada e assustada, nunca mais conseguiu se tocar, em hipótese alguma e em parte alguma do corpo. Evitava o espelho, pois da última vez que se vira refletida nele, assustou-se com os olhos pouco brilhosos, a pele ressecada, os cabelos arrepiados e sem corte, a palidez de sua pele... A vida não tinha mais a sensação de leveza que as mãos lhe davam ao suar o peso do mundo.

Num dia qualquer, acordou leve e ao se dar conta, percebeu suas mãos no lugar proibido. Voou pro banho, esfregou, esfregou, correu pra igreja, se benzeu, confessou, chorou, clamou, mas tudo em vão. Questionou o padre acerca do pecado e ele lhe explicou de várias formas, mas e o que ela pensava, e o que ela queria? Não contava para ser salva do fogo do inferno? Saiu da igreja caminhando, pensativa e triste... Quando olhou para o alto viu nas nuvens uma mão imensa e cheia de calos. Observando o desenho, concluiu, por conta própria, que aquilo era uma mensagem divina... pois as mãos, além de serem santas, e estarem desenhadas no céu, não poderiam ser castigadas! Correu para casa e se satisfez! Brincou, brincou, brincou e saiu feliz e cantarolando mundo afora!

Um comentário:

  1. Azá Easy-Leve! êta mãozinha safadinha hein...fui até verificar minhas mãos...um cremezinho ajuda!! hahahhahaha!!! Bjs a vcs! Vida longa ao Blog! Hasta siempre!

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