quinta-feira, 5 de agosto de 2010

"E aí, me lembro de você dizendo pra eu não 'pôr a carroça na frente dos bois', mais ou menos isso... não sofrer por antecedência... Mas com você me sinto a vontade... Hoje acordei pensando em coisas bonitas... dessas que bate vez em quando na cabeça da gente, de que tudo pode dar certo, a vida é linda, maravilhosa... Mesmo num dia frio e cinza como esse, as flores estão cheirosas e os pássaros cantam na janela... E pra isso bastou eu perceber que você está aqui dentro... nos meus pensamentos, nas minhas sensações, nas minhas emoções... e isso é tão bonito! Tão gostoso de sentir! Mais gostoso ainda perceber e identificar isso nos sentidos loucos do dia a dia..."

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Mistério do Planeta


Foto: Joviniano Netto - http://www.panoramio.com/user/4519312?comment_page=1&photo_page=1


-Novos Baianos-

Vou mostrando como sou e vou sendo como posso.
Jogando meu corpo no mundo,
andando por todos os cantos
e pela lei natural dos encontros,
eu deixo e recebo um tanto.
E passo aos olhos nus ou vestidos de lunetas.

Passado, presente,
participo sendo o mistério do planeta.

O tríplice mistério do stop,
que eu passo por e sendo ele no que
fica em cada um.

No que sigo o meu caminho
e no ar que fez e assistiu.
Abra um parênteses,
não esqueça que independente disso
eu não passo de um malandro.
De um moleque do Brasil,
que peço e dou esmolas.
Mas ando e penso sempre com mais de um,
por isso ninguém vê minha sacola.

Tudo ou Nada... Ser ou é?!

O tempo urge... tempo extremo. Pra nada temos tempo. Como ser, então, com tão pouco tempo? O momento é. Eu é, não sou. O tempo-instante que já passou enquanto escrevo. Já fui... e o serei, olha! já passou também! Deixa-me ser pelas palavras que vomito aqui e ali e além. Para alguém que não sei quem. Para que alguém interprete e intercepte meu pensar ilógico e irracional. Traga-me a luz da razão.

Mas me vem sempre a mente o 'tudo' e o 'nada'. Alguém pode descrever semanticamente os substantivos e as diferenciações, por favor? Alguém me ouve? Alguém me lê? Alguém responde, por favor!?


Nada... Eco de vazio do som... Eco dos meus pensamentos cheios de quê? Questionamentos efêmeros, pois que passam com o piscar dos olhos! E ao mesmo tempo constantes em cada piscar! Uma dualidade, uma concorrência entre o ser e o é... Será que é? Será que sou? Será que eu é em algum momento? O eu enlouquecido, insano, embriagado, encantado, efêmero, fugaz, desnorteado e complexo... ou sério, responsável, lúcido, sim, LÚ-CI-DO, ou ainda LÚ-DI-CO? Um simples trocadilho e a palavra se transforma! Já não sei mais quem ser nem quem fui menos ainda quem sou... Serei será? Seremos? Será você? O que talvez me leia, é?

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Trechinho...



"E de repente se deu conta de que o mundo não podia ser mais simples... Ou mesmo, o mesmo mundo não podia ser tão complexo! Nos caminhos desconexos pelos quais passara, e, embora fosse cinza o dia e com cheiro de chuva quente, quando o Sol saía, o Mundo brilhava com ele..."

Trecho de: A Princesa Sapa e O Urso Polar.


terça-feira, 8 de junho de 2010

Poemeto de uma estatística abobada...



Fórmula retirada de um poema de um matemático abobado... há de ressaltar que como toda boa fórmula estatística, deve-se experimentar várias vezes para ver se será verdade ou não...

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Diferente, Gotan Project. Letra e vídeo; vídeo e letra...



"En el mundo habrá un lugar
para cada despertar
un jardín de pan y de poesía

Porque puestos a soñar
fácil es imaginar
esta humanidad en harmonía

Vibra mi mente al pensar
en la posibilidad
de encontrar un rumbo diferente

Para abrir de par en par
los cuadernos del amor
del gauchaje y de toda la gente

Qué bueno che, qué lindo es
reírnos como hermanos
Porqué esperar para cambiar
de murga y de compás ."

sexta-feira, 30 de abril de 2010

segunda-feira, 1 de março de 2010

Outra vez...

caminhava eu pela noite sem fim...
procurava um espelho um horizonte
dentro de mim...
percorri caminhos e lendas e idéias e aventuras
vi uma borboleta e violetas que sorriram pra mim
vi o descampado mudo das sombras dos eucaliptos
e vi um mar de soja!
quando voltei pra casa havia nascido uma flor...
uma flor tão pequenina que nem dava pra ver...
era uma flor de maio...
mas ela durou pra mim o ano inteiro e depois mais um ano...
Agora. chegamos novamente perto de maio
e a esperança de ver essa flor nascer de novo
e aquele brilho singelo possa voltar ao nossos olhos!
e aquela florsinha...
como sempre
seja flor outra vez!


Por Yves Abobrinha

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

# Sem Título #

Escrever sem pensar... pensar e não escrever... e agora? O que ser, o que será, o que virá, o que dirá? Inventar personagens? Publicar uma história? Criar um roteiro? Correr nua pela rua? Seria ruim? Bater em criança, xingar o vizinho... tantas tantas tantas asneiras embutidas em possíveis escolhas... Mas escolher o que? Refletir... repensar... recriar... reinventar... renascer... mais fácil: Fingir esquecer...

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Terça-feira, pós feriado. Sempre da mesma forma encarava o abrir daquela cortina de aço. O estrondo, a lembrança irritada de colocar graxa... poderia começar com menos barulho, menos estardalhaço. Até hoje entra em crise, suas maiores vendas são os Best Sellers de qualqur gente pra qualquer pessoa. Jamais havia pegado um deles. Sua relação com estes livros era simples e pontual: ganhar dinheiro. Largou sua bolsa na mesa, caminhou até o banheiro da loja e passou a preparar o chimarrão. Era dia de conversa, de receptar as histórias dos amigos, clientes... sabia e já havia confessado, não suportava a maioria. Mas gostava daquela posição: recptadora e transmissora de histórias. Talvez por aproximar-se dos sessenta, tanta coisa experenciada... papel de velha, de anciã já não a incomodava, só não tinha mais paciência. Dos jovens a rebeldia, pretensões de poetas, de fazer poesia; dos velhos a acomodação, os bichinhos, a televisão. Ainda lembra da última menina que apareceu e após uma pergunta gentil, cotidiana, daquelas que se faz para ser simpático com o cliente, ouviu: sou poetisa, escrevo coisas, quer olhar?! Não suportava mais crianças com suas anedotas de adolescentes... como se sua dor fosse única, não fosse do mundo. E o que falar dos velhos! Em sua maioria, chegavam, sentavam, com ou sem jornal em mãos comentavam notícias, julgavam parentes , reclamavam da vida e finalizavam sempre da mesma maneira: "O mundo mudou!"... e claro, sempre na pior... arrogância dos mais velhos... saudosismo barato! Muitas vezes havia pensado em fechar a loja, mas não conseguia, não imaginava viver apenas sob as sombras do seu apartamento. Também já pensara em sair, viajar, mas não se permitia. Havia perdido todos a sua volta, havia feito a opção pela loja. Assim passava os dias: ganhando dinheiro, receptando e repassando histórias. Não as dela, destas quase ninguém sabia, só a dos outros, algumas interessantes, outras pelo menos serviam para um sorriso, para se sentir mais viva, menos morta. Terça-feira pós feriado, logo fim do dia, suspiro, apaga a luz, fecha a porta.

- Contribuição: Belizário -

CRISTINA

Desejosa de algo mais, sentou-se na varanda olhando o vasto campo que cercava a pequena casa. Conhecia aquele sentimento. Sabia onde lhe levaria aquele sentido. Um aperto ansioso por partir dali... Quando ele chegou em casa para o almoço trazendo o cigarro que ela lhe havia pedido, não conseguiu se segurar e lhe disse que tinha que partir...
Mas para onde? Por quê? Como assim?! Assim só... só assim... preciso ir... Você está me deixando? Jamais!! Está bem... entendo o seu amor, entendo que precisa ir... mas eu estarei aqui esperando você pra aquecer quando voltar... Você sabe que me amor é só seu, não sabe? Já lhe provei... Não peço provas! peço apenas que não se esqueça do caminho...Nunca esqueço o caminho...
Se amaram. Tanto tanto que ele não conseguiu voltar para o trabalho. E ela não sabia mais o caminho da porta.