sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Curiosidade revigora!

Num ímpeto de curiosidade, foi atrás de coisas que não devia. A busca por um deslize, uma farpa, um crime sem castigo era o seu maior objetivo naquele dia. Não que se surpreendesse caso encontrasse algum vestígio de infidelidade, mesmo porque as regras eram outras naquele momento. Mas e antes dessas regras mudarem? Qualquer vestígio deveria incomodar? Mesmo sendo um “crime” anunciado? Mas incomodaram não por terem acontecido, mas pela maneira como tudo se desenrolou. E perdeu o brilho nos olhos e as marcas de felicidade no rosto. Tudo isso se tornou morno e escuro. Começaram a surgir olheiras de noites sem dormir, uma corcunda enorme nas costas e os cabelos rebeldes mais pareciam ninhos abandonados. A vida tinha se tornado algo insosso, sem cor e sem aventura. Numa manhã qualquer levantou da cama e tudo estava certo dentro de seu coração. Iria em busca de aventura, pincéis e tintas e de uma boa lanchonete. A aventura encontrou na casa ao lado, de olhos azuis, cabelos longos e um belo braço. Os pincéis e as tintas foram incessantemente usados para colorir as paredes da casa em tons mais fortes que as flores de um ipê amarelo. E na lanchonete, sentou e pediu um X-frango-egg-salada e um refrigerante médio. A vida tinha mudado desde aquele dia de pura curiosidade. E passou a entender que para mudar seu destino era necessário um tempo de recolhimento, mesmo que fosse um tempo de dor. E que isso não era ruim, pelo contrário, se tornara um momento só seu, decidindo todos os passos que daria dali por diante. E a partir de então passou a freqüentar lugares que descobrira andando sem rumo.

Um comentário:

  1. "caminho se conhece andando então vez em quando é bom se perder...bom mesmo é ter sexto sentido, andar distraído, espalhar bem querer"
    chico césar, sensibilidade e/em pessoa

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