sábado, 14 de novembro de 2009

Miragem

Os olhos da noite eram amarelos e viam o vento por dentro da cortina escura do dia cinza da cidade.
O tempo contava os dias em cores e as dores dos seres de dentro do cinza vazio com a força do verde das arvores.
O homem - aquele ser de ombros e tons pastéis - sentado em sua arrogância desenha cores em papéis cria a imagem e se funde em sua profundidade vã e mesquinha.
Aquele menino encostado no muro via a luz do lado mais escuuro sem saber, sem saber da lingua do tempo que não fala em horas, sem saber da arvore que não dá sementes, sem saber daquilo que lhe esperava na esquina egoísta.
Ele falava às coisas e ao tudo que não se podia esperar, ele falou com imagens e todo um mundo que não lhe queria falar... e aquelas horas que passavam lhe comiam invisivelmente no soturno do coração da cidade, onde vento se esconde e a noite dos olhos amarelos ilumina o verde das arvores e esconde onde o tempo se deixa contar em outra contagem... miragem!

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